"Então tomai um molho de hissopo, e molhai-o no sangue que estiver na bacia, e passai-o na verga da porta, e em ambas as ombreiras, do sangue que estiver na bacia; porém nenhum de vós saia da porta da sua casa até à manhã. Porque o SENHOR passará para ferir aos egípcios, porém quando vir o sangue na verga da porta, e em ambas as ombreiras, o SENHOR passará aquela porta, e não deixará o destruidor entrar em vossas casas, para vos ferir." (Êxodo 12:22-23).
É muito comum em ano de Copa do Mundo vermos as nossas ruas enfeitadas. São bandeirinhas verdes e amarelas, chãos pintados com a logo do campeonato e com a bandeira do Brasil, camisas da seleção estendidas pelas lojas e varais na ruas, caras pintadas, crianças empolgadas jogando bola na rua. Afinal é ritmo de Copa e como todo evento o Brasil é sempre o favorito. É uma euforia por todo o país, praticamente o Brasil pára. A Copa começa e a expectativa de sermos o campeão, mais uma vez, é enorme. Haja coração! Mas, nem sempre é assim. Como foi aquela Copa da França, lembra? Pois é, toda a euforia, os enfeites, ter grandes jogadores, nem mesmo ser o favorito do campeonato garantiu que a taça fosse nossa.
Fazendo a leitura do Livro de Êxodo, que trata a saída do povo judeu como escravos do Egito para o domínio da Canaã, podemos observar algo semelhante a introdução deste devocional. A diferença está no objetivo das histórias. Pois, os judeus há muitos anos viviam na expectativa de habitar numa terra prometida ao pai da nação, Abraão. Moisés era o líder nesse processo da saída do Egito para a Canaã. E, nesse trecho que extraí os versículos podemos ler as dez pragas lançadas sobre o povo egípcio, e especificamente nos versos 22 e 23 do capítulo doze, vemos Deus tratando da morte dos primogênitos. A ordem de Deus fora de que os judeus fizessem uma marca com o sangue do cordeiro que fora sacrificado para aquele evento. Aqui, nos deparamos com dois fatos de grande importância no texto: 1) a instituição da Páscoa; 2) o sangue do cordeiro.
Em primeiro lugar gostaria de retratar da Páscoa, que significa passar por cima. Vemos aqui a primeira celebração da festa que ainda hoje é comemorada anualmente pelos judeus, sendo a festa mais importante para o povo, e também pelos cristãos. Deve-se notar a diferença que existem entre tais religiões, uma vez que para os judeus a Páscoa é uma festa em celebração da libertação da escravidão do Egito, enquanto que para, nós, cristãos é a celebração da morte e ressurreição de Cristo, que é a nossa Páscoa (passagem). O animal sacrificado para esta festa judaica era um cordeiro ou cabrito, que segundo as orientações divinas deveria ser um animal sem defeito e macho de um ano. O cordeiro deveria sacrificado entre o pôr-do-sol e a noite, e consumido na noite determinada por Deus juntamente com pães asmos (sem fermento) e ervas amargas.
Em segundo, o sangue do cordeiro. Toda a casa que tivesse aquela marca, dali não morreria o primogênito. Nem dos filhos, nem dos animais. Deus havia determinado a noite em que os egípcios lamentariam a morte dos seus primogênitos. Toda o povo judeu fora avisado quanto a este evento, pois eles deveriam ter o cordeiro já sacrificado e marcadas as suas portas. Havia uma expectativa grande, pois aquela noite o Destruidor passaria por cima de todo o Egito, e a casa que não tivesse aquela marca seria lugar de lamentação. Os judeus fizeram como lhes ensinou Moisés e o Senhor os livrou. Os livrou da morte e da escravidão do Egito. Como relata o restante do livro do Êxodo, o povo judeu foi liberado por Faraó para irem adorar a Deus, todos os homens com suas família e animais. A garantia deles estava no sangue do cordeiro.
Semelhantemente hoje, nossa expectativa de habitar eternamente com Deus está diretamente ligada a este evento que ocorrera com os judeus, enquanto escravos no Egito. O que ocorrera ali fora uma ilustração do que aconteceu com Jesus na cruz. Junte os dois eventos e observe como Deus Pai relatou o sacrifício de Cristo na Cruz do Calvário. A Páscoa comemorada por nós cristãos é "passar por cima" de nós o sangue do cordeiro. A morte de Cristo é exatamente a libertação da escravidão do pecado para a liberdade de vida em Deus. Esta é a simplicidade da mensagem chamada Evangelho, ou Boas Novas. Quando temos por nós a marca do sangue do Cordeiro, o Espírito Santo, temos o selo de garantia de que nossas vidas pertencem a Deus. Não é necessário somar nossos atos de bondade, porque o Cordeiro sacrificado entre o pôr-do-sol e a noite há mais de dois mil anos atrás, foi o Cordeiro perfeito. O sacrifício perfeito para pagar um altíssimo preço que jamais seríamos capazes de pagar.
Jesus, o Cristo, tomou nosso lugar. Ele morreu a nossa morte, gerado pelo pecado, para que vivessemos a Sua vida. Basta, agora, recenhecermos nossa parte como homens, dispondo nossas vidas ao senhorio dEle, servindo-O em gratidão e se declarando cristãos.
"Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie." (Efésios 2:8-9)
O sangue do Cordeiro é derramado por cima daquele que O confessa como Senhor e Salvador. Neste o Senhor vê a Sua marca e promove salvação.
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