domingo, 9 de março de 2008

Ignorância perdoada

“Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.”

Lucas 23:34

paixaodecristo_cena Ignorância ou falta de fé? Desobediência ou falta de visão? Qual dessas perguntas pode descrever melhor a atitude na crucificação de Jesus? A verdade é que o mais importante não é a pergunta, mas a resposta que Jesus nos dá a esta questão, “Pai, perdoa-lhes”.

Seja pela a falta de conhecimento ou amor, ou falta de fé na mensagem que Cristo pregara, Ele teve um sentimento de perdão momentos antes de Sua morte. Cansado, maltratado, sangrando, chorando de dor, Ele perdoou. Jesus pediu a Deus que perdoasse aquelas pessoas porque elas não sabiam o que estavam fazendo. Elas poderiam estar pensando estar crucificando um simples homem, um revolucionário, um herege ou um maluco que se intitulava o próprio Javé. Quando na verdade estavam crucificando o Messias, o Enviado de Deus. A verdade é que poucos sabiam, e estes nada faziam, senão chorar e assistir aos pés da cruz a morte de um filho, de um primo, de um amigo. De um homem que sabia perdoar, até mesmo recebendo açoites no instante da sua morte. Jesus sabia que a ignorância daquelas pessoas escondia uma verdade revelada outrora pelos profetas. Mas era preciso aquele momento, o da Sua morte.

Perdão. Sentimento ou ação? Acredito que assim como o amor, perdão é uma atitude. Muitas vezes somos incapazes de perdoar um ato de teimosia, rebeldia, preconceito, porque estamos olhando para nós mesmos. Se erguêssemos nossos olhares para aquela Cruz, poderíamos ver que muitas das coisas que nos acontecem são pequenas. Mas um sentimento egocêntrico nos impede de experimentar a suavidade do perdoar. Colocar uma pedra sobre a questão, como geralmente dizemos. É claro que em nossa mente não poderemos apagar os momentos difíceis vividos, mas poderemos quando pensá-los sentir um alívio no peito por saber que tivemos uma atitude de perdão. Porque de alguma forma, alguém na sua ignorância nos feriu. Na ignorância de não prever que um ato nos faria mal, de que uma amizade seria prejudicada, de que alguém ficaria doente, ou até mesmo morreria. Alguém que fere ou alguém que é ferido, alguém que muitas vezes sou eu. Que magoa, que machuco, que faço chorar, que falo sem pensar. Que sou ferido, maltratado, que choro. Alguém que precisa constantemente de perdão, e que também precisa constantemente perdoar. Perdoar é nobre, é gentil, é educado, é sentir amor, é reconhecer que alguém age sem saber o que está fazendo, é reconhecer o perdão de Deus a si mesmo. Assim como fez Jesus. Que ressuscitado voltou a ter com seus seguidores perdoando a incredulidade, a negação, a falta de amor para com outros, perdoando a ignorância sobre a verdade outrora revelada pelo próprio Cristo, perdoando a falta de fé.

Quem hoje precisa ouvir dos nossos lábios que perdoamos suas forgivenofensas? A quem devemos pedir perdão? Porque em nossas orações clamamos a Deus que nos perdoe nossas ofensas assim como perdoamos a quem nos tem ofendido. O apóstolo João em sua primeira carta, cap. 1 verso 9, diz que se confessarmos nossos pecados, Deus é justo para nos perdoar e ainda nos purificar de toda injustiça. Embora não temos a capacidade de purificar, ainda sim podemos perdoar. Inicie sua oração pedindo perdão.

Saber perdoar é experimentar a excelência do amor e sentir no peito um alívio eterno.

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